quinta-feira, 26 de outubro de 2017

Professor cria método para ajudar aluno a aprender a estudar

Modelo de aprendizagem ativa é alternativa a aulas expositivas tradicionais


Professor cria método para ajudar aluno a aprender a estudar
Professor Fábio Ribeiro Mendes em oficina de estudo  DIVULGAÇÃO

Em 2009, o filme Entre os Muros da Escola, dirigido por Laurent Cantet, expôs ao mundo as dificuldades de um professor para lecionar a língua francesa em uma escola de ensino médio na periferia de Paris. No final do filme, ele pergunta aos alunos o que eles aprenderam no ano letivo. Para a surpresa do professor, entre depoimentos sobre terem aprendido as proporções da matemática, sobre vulcões e até mesmo expressões em espanhol, uma aluna diz que não aprendeu nada. Segundo ela, o material oferecido pela escola era inútil, mas ela havia lido livros interessantes por conta própria, como a República, de Platão. O professor parece aliviado, mas quando a aula acaba, outra jovem se aproxima dele e revela: "Comparado aos meus colegas, eu realmente não aprendi nada (...) não entendo o que fazemos aqui."

Essa situação não é muito distante da realidade de um professor brasileiro nos dias de hoje. "O professor prepara a aula, ensina o conteúdo, passa exercício, prova, recuperação e percebe que o aluno aprendeu o básico do básico, às vezes, nem isso", conta o professor Fábio Ribeiro Mendes, formado em Filosofia e Direito, e especialista em desenvolvimento da autonomia no aprendizado, que desenvolveu um método de aprendizagem ativa, baseado em Oficinas de Estudo.
Há dez anos, Fábio empreende uma cruzada contra o ensino chato, a desmotivação dos alunos e a frustração e cansaço dos professores na prática na sala de aula. Segundo ele, o diagnóstico compartilhado por profissionais de educação mundo afora é que o modelo de aula expositiva tradicional está falido, pois ensina pouco, e não desenvolve as habilidades necessárias para o século XXI. "Os alunos em geral não sabem estudar. Passamos doze anos na educacao básica e não temos uma aula de como estudar. E somos cobrados por uma tarefa que não aprendemos a fazer", conta o professor.
Com base em sua experiência como aluno, Fábio desenvolveu o Método de Estudo das Quatro Etapas, que norteia as oficinas. "Mesmo sendo um aluno que tirava notas boas no colégio, eu sabia que não era em função do estudo em casa. Eu achava chato estudar. Mas quando fiz o segundo vestibular para Direito e fui rever o conteúdo do ensino médio, notei que já não achava mais tão chato, pois tinha aprendido a estudar sozinho."

As quatro etapas de estudo: 1ª leitura panorâmica; 2ª seleção e marcação de trechos relevantes; 3ª anotações; 4ª exercícios

O método se baseia em quatro etapas: 1ª leitura panorâmica (rápida e superficial) do material de estudo; 2ª seleção e marcação dos trechos mais relevantes no texto; 3ª anotações das informações mais importantes; 4ª exercícios (formulados pelo professor ou mesmo com base nas dúvidas dos estudantes), que vão testar o conteúdo aprendido e ajudar os estudantes a levantar dúvidas. A vantagem do método, afirma Fábio, é que por meio de um roteiro de oficina de estudos os alunos acompanham as etapas de ensino, e sabem se estão avançando ou não.
Em seu livro A Nova Sala de Aula, Fábio demonstra como funciona o método na prática. Primeiramente, o professor apresenta aos alunos o material que servirá de base para o estudo, e em seguida, traz as ferramentas (método de estudo), explicando passo a passo cada uma das etapas a serem seguidas. O professor acompanha a prática dos alunos, orientando-os no percurso, porém, é o aluno, em seu próprio ritmo que toma as rédeas de seu aprendizado, lendo e relendo o conteúdo, e mesmo avançando se já o tiver compreendido, até chegar à fase de produção de anotações e elaboração de exercícios. "Estudar não é aquilo que fazemos no colégio, aquilo é receber conteúdo. Estudar é aprender por conta própria com conteúdo inédito. É um mito de que sem um professor não se consegue aprender", diz Fábio
A principal mudança em relação ao método tradicional, é que as Oficinas de Estudo são centradas no aluno e não no professor. Fábio, no entanto, é enfático em afirmar que seu método não tem como objetivo acabar com a função da escola ou do professor. Ele explica que, enquanto o ensino tradicional é pensado de forma unidirecional, com alguém que sabe o conteúdo passando para alguém que quer aprender, o que ele propõe é trabalhar com um método que possa ser aplicado dentro das instituições de ensino como elas estão estruturadas, com custo praticamente zero, início imediato e protagonismo dos estudantes nas aprendizagem.


DEPOIMENTO DE QUEM TESTOU O MÉTODO NA SALA DE AULA

Professor cria método para ajudar aluno a aprender a estudar
Cópia de material produzido por aluno 

"Meu nome é Sandra Hoffmann e sou professora de Matemática em Santa Cruz do Sul (RS), e sou formada pela Universidade de Santa Cruz do Sul. Em 2013 assisti a uma palestra do professor Fábio Mendes e fiquei encantada com a proposta de trabalhar com Oficinas de Estudo. Li o livro A nova sala de aula do autor e decidi aplicar a metodologia em duas turmas de 7º ano da Escola Estadual de Ensino Fundamental Petituba.
Para isto, fiz pequenas adaptações em relação a proposta do livro. O primeiro passo foi a preparação do material para alunos do 7º ano. Organizei cópias de um livro didático sobre equações do 1º grau e distribui aos alunos. Com a minha orientação, eles realizaram as etapas de leitura panorâmica e marcações.
Na matemática é muito importante ter conhecimento prévio de determinados assuntos. Pensando nisso, propus aos alunos a criação de um glossário matemático. Por isso, levei para a aula outros livros didáticos e dicionários, para que os alunos elaborassem o glossário com as definições dos termos que eles desconheciam. Após a elaboração do glossário, foi proposto que os alunos fizessem suas anotações, seja na forma de um esquema, resumo ou tabela, sem se preocupar com certo ou errado.
Com todas as anotações reunidas realizamos um momento de debate. Foi muito enriquecedor, pois fomos além dos conteúdos propostos inicialmente. Por exemplo, foi debatido sobre a diferença entre as dimensões 2D, 3D e 4D, o que provavelmente não teria acontecido se tivesse adotado uma aula tradicional. Não foi necessário que eu explicasse o conteúdo para os alunos, mas apenas esclarecer alguns pontos do material e auxiliá-los a fazer as ligações necessárias entre os conteúdos e o material produzido.
Depois disso, os alunos realizaram exercícios diferenciados usando como consulta as suas anotações. Foi muito interessante acompanhar os alunos fazendo as relações das questões com as suas anotações. Muitos quando tinham dúvidas formularam perguntas melhores do que as levantadas nas aulas tradicionais. Ou até mesmo quando faziam a pergunta já percebiam a relação com o conteúdo trabalhado nas anotações, chegando muitas vezes ao raciocínio da resolução sem o meu auxílio direto.
Uma semana após as aulas, eu me reuni com os alunos para avaliar o método. Eles gostaram e pediram que as oficinas fossem realizadas novamente."

Fábio admite que é recebido com ceticismo nas escolas em que tem implementado o método. "Chego para fazer formação dos professores e encontro profissionais acoados, que escutam que terão de dar aula diferente do que estão acostumados. É tanto peso que o professor carrega, que eles pensam que terão mais uma carga em seus ombros. Eu mostro que estou ciente com as dificuldades e que trabalhar com as Oficinas de Estudos é um método menos desgastante e com mais resultados", explica.
A principal dúvida dos docentes (e dos pais) é por que o método de aula expositiva tradicional, que educou várias gerações, deixou de funcionar? Fábio explica que alguns anos atrás, antes da massificação da informação, a escola era o único local onde as pessoas tinham a chance de aprender alguma coisa. "Agora com YouTubeGoogleWikipedia, o aluno tem acesso à informação quando quiser. A diferença é que ele não tem ainda a habilidade de saber qual informação é relevante. E é aqui que entra o professor como orientador no percurso de transformar informação em conhecimento."

Resultados

O método criado pelo professor Fábio vem apresentando bons resultados. Entre abril e maio de 2015, a Secretaria de Estado da Educação do Estado de São Paulo testou as Oficinas de Estudo em dez escolas da Diretoria de Ensino Região Centro-Oeste, da cidade de São Paulo, com a participação de 1.102 alunos de diferentes etapas de ensino e 97 professores. O projeto, batizado de Aprendizado ativo no cotidiano escolar - Capacitação de Professores em Oficinas de Estudo, mostra que 89,8% dos alunos avaliaram positivamente as oficinas, superando a meta de 75% de avaliações positivas esperadas. Do total, 97,2% constataram aprendizado sem orientação do professor. E apenas 0,6% dos alunos tiveram uma avaliação negativa do método.
Em relação aos professores, 93,8% avaliaram positivamente a formação. Quanto à capacidade da didática ser replicada pelos professores, os dados mostram que, após uma formação de apenas 3 horas/aula, os professores formados alcançaram resultados similares (86,7% de aprovação, 95,9% de percepção de aprendizado e 2,5% de rejeição) aos do professor-instrutor.
Em 2016, outro estudo foi realizado no Instituto Federal Sul-rio-grandense (IFSul), com 138 alunos regulares do curso de Filosofia. “Apliquei questionários anônimos na primeira aula ministrada como Oficina de Estudo e também no final do semestre”, explica Fábio. O resultado das avaliações positivas (bom ou excelente) caíram levemente (de 95,7% para 93,7%) entre o começo e o fim do curso, com rejeição nula na primeira aplicação e de apenas 0,2% ao final do semestre. “Além disso, após um semestre e aplicações das Oficinas de Estudo intercaladas com debates ou outras atividades, 93% dos alunos afirmaram terem aprendido a estudar melhor por conta própria e 69% afirmaram usar o método das 4 etapas para estudar outras disciplinas”.
Fonte https://brasil.elpais.com/brasil/2017/01/25/economia/1485379003_135429.html

“A inovação destrói empregos com mais rapidez do que a educação os salva”

Setores cada vez mais amplos da população ficam fora do mercado por causa da inovação, diz economista



Economista italiano Michele Boldrin
Economista italiano Michele Boldrin FUNDACIÓN R. ARECES


Numa das primeiras cenas do filme 2001 – Uma Odisseia no Espaço, um símio levanta um osso e o utiliza para bater em outro. Quando entende que pode usá-lo como ferramenta, coloca-se numa situação de vantagem. “Essa inovação imediatamente cria desigualdade, pois faz com que um indivíduo seja mais forte que outro”, explica o economista Michele Boldrin.
O docente italiano, de 61 anos, que leciona no Departamento de Economia da Universidade Washington, St. Louis (Estados Unidos), visitou Madri no final de junho para participar de um fórum organizado pela Fundação Ramón Areces e o Centro de Estudos Monetários e Financeiros, onde falou de uma “hipótese sobre desigualdade que dá medo”.
Pergunta. Por que essa hipótese dá medo?
Resposta. A desigualdade é fruto da inovação. E como não há crescimento sem inovação, a desigualdade é um efeito secundário do crescimento econômico. Cada coisa que você inventa tende a dar vantagem a algumas pessoas e substituir outras, diminuindo a utilidade destas últimas do ponto de vista social. Uma vez iniciado o jogo, já não há retorno. Você inventa algo que transforma minhas habilidades em inúteis. Se tenho a capacidade cognitiva e legal para te imitar, posso recuperar, fazendo o mesmo e voltando a ser útil.
Esse mecanismo tem sido contínuo ao longo da história, mas hoje cada inovação origina uma perturbação muito forte, com um impacto social maior, assim como os custos de reajuste. Todos somos capazes de imitar o macaco que levanta o osso. Copiar o software de busca do Google, no entanto, é muito complicado. Toda inovação determina um ganhador – o que a realiza –, quantas pessoas podem imitá-la e quem pode ser substituído. Cada vez são eliminados setores mais amplos da população, com mais conhecimentos. Dentro de alguns anos, por exemplo, os carros sem motorista já terão ampla presença no mercado. Nos EUA, pelo menos oito milhões de pessoas trabalham dirigindo algum tipo de veículo. Em pouco tempo, serão inúteis do ponto de vista econômico. A educação pode mudar alguma coisa, mas a rapidez na destruição do emprego é muito maior frente à velocidade para voltar a formar capital humano.
A imitação da inovação reduz a desigualdade e permite que os excluídos do mercado recuperem seu papel, embora com um produto de pior qualidade. Há um fator tecnológico segundo o qual o Google, por exemplo, mantém uma posição dominante: ele funciona melhor que os demais. Mas também existe um fator legal. A propriedade intelectual protege quem chega primeiro e impede a competição de quem tenta imitá-lo. Esses mecanismos são cruciais na geração de desigualdade e contribuem para formar super-riquezas, de maneira muito mais rápida, com menos riscos e menos investimentos em comparação com o passado. Esse fenômeno, contudo, pode ser atacado através da política.
P. Existem alternativas?
R. Até agora conseguimos seguir em frente. Existem diversas medidas que podem ser tomadas para minimizar o problema. Em primeiro lugar, reestruturar os sistemas educativos para que possam formar estudantes mentalmente flexíveis. A cultura clássica tornou-se um luxo neste mundo. Ler Horácio é muito bonito, mas para poucos. Posso saber tudo sobre a rainha Isabel, de Castela, mas isso não me permitirá sobreviver. Antes de falar a uma criança de seis anos das glórias ocorridas no Egito, tenho que ensiná-la a entender o mundo que a rodeia. Uma vez que tenha conseguido seu lugar na sociedade, aí sim poderá se dedicar à leitura de Ovídio. Não se pode perder o tempo em que o cérebro está mais ativo, entre os 14 e os 19 anos, aprendendo declinações do latim. Isso é criminoso. Você não é útil para a sociedade se sabe tudo sobre De Bello Gallico [de Júlio César], mas não sabe produzir nada que os outros possam usar.
P. Em seu último livro, Against Intellectual Monopoly (contra o monopólio intelectual, em coautoria com David K. Levine), o senhor critica a existência de monopólios. Por que acha que o sistema não funciona, sobretudo no caso da indústria farmacêutica?
R. É preciso abolir os monopólios. Ponto. O caso das farmacêuticas é só um exemplo, um dramático monopólio criado pelo sistema de regulação do setor. A pesquisa tornou-se excessivamente cara e complicada. Pedir às indústrias farmacêuticas que sejam benfeitoras na África e que deem seus produtos de presente é uma estupidez, pois ninguém pede à Ferrari que faça muitas cópias de seus carros para distribuir. Existem doenças difíceis de curar e outras, talvez mais simples, embora raras. Ou seja: a pesquisa seria cara e os potenciais beneficiários, muito poucos. Os idosos também representam um problema na Europa. São um coletivo muito amplo com poder aquisitivo, e os laboratórios produzem o que eles querem. Seu interesse é viver muitos anos, e seu consumo do serviço nacional de saúde disparou à custa de todos os contribuintes. As farmacêuticas, nesse contexto, podem utilizar as patentes para manter uma situação de monopólio sobre alguns medicamentos, obtendo enormes lucros em alguns mercados, como o norte-americano. Eliminando as patentes, solucionaríamos em parte esse problema.
Fonte https://brasil.elpais.com/brasil/2017/07/19/economia/1500475025_052040.html

quinta-feira, 19 de outubro de 2017

Google protagonizará centro de inovação de Toronto, diz fonte

O centro, desenvolvido pelos governos regional e federal, terá detalhes anunciados nesta terça-feira 17.10.2017

Toronto – A Alphabet, controladora do Google, será a principal inquilina em um imóvel desenvolvido em Toronto pelos governos regional e federal, e transferirá a sede do Google Canadá para o local, informou uma fonte nesta terça-feira.
O primeiro-ministro canadense Justin Trudeau anunciará o acordo em Toronto nesta terça-feira, com o presidente do conselho da Alphabet, Eric Schmidt, e o chefe do Sidewalks Labs, unidade de inovação da Alphabet, Dan Doctoroff, disse a fonte do governo que não está autorizada a discutir os planos antes do anúncio formal.
Fonte https://exame.abril.com.br/negocios/google-protagonizara-centro-de-inovacao-de-toronto-diz-fonte/

quinta-feira, 12 de outubro de 2017

Papo de empreendedor: 5 conselhos de um para o outro

A realidade é que não existe fórmula mágica para ter um negócio de sucesso e cada um inventa seus caminhos, mas algumas dores são comuns a todos e juntos podemos minimizá-las


Já faz um tempo que a palavra empreendedorismo não sai da boca do brasileiro. Ser ou não ser, eis a questão! O fato é que o Brasil é um país onde o empreendedorismo pulsa na veia, uma vez que, segundo a UnitFour, o número de empresas abertas em 2016 cresceu 20% em relação ao ano anterior.
Seja por necessidade ou por vontade própria, empreender é uma árdua caminhada e exige muita dedicação. Aos olhos de quem está de fora é bacana, rentável e sinônimo destatus, mas visto de dentro, todo empreendedor sente na pele o real custo de ter o próprio negócio.
Nem uma vida inteira é capaz de nos ensinar tudo o que precisamos para superar as barreiras, adversidades e medos. Cada dia aprendemos um pouco mais e buscamos errar um pouco menos. Se eu pudesse dar alguns conselhos aos meus colegas empreendedores, seriam:
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· Divulgação é fundamental: vender o próprio peixe nunca foi tão importante, portanto use todos os canais que estiverem ao seu alcance para divulgar sua marca, seus serviços e sua expertise. Esteja fortemente ativo nas redes sociais, tenha um blog e alimente-o com informação relevante, busque espaço nas revistas, jornais e rádios, faça parcerias com influenciadores do seu meio.
· Você é sua empresa e sua empresa é você: queira ou não, a partir da decisão de empreender, o seu negócio fará parte de quem você é e não há como separar. Além de promover sua empresa, também use do seu marketing pessoal, afinal, você é o cérebro e máquina central do negócio. Esteja sempre orquestrado com os objetivos da sua marca para que você consiga alcançar as metas traçadas.
· Networking é tudo: independentemente da área de atuação, ter uma rede de contatos é fundamental para o crescimento do negócio, uma vez que esse relacionamento propicia troca de informações, experiências, conhecimentos e indicações de forma natural e mútua. A sua dor de hoje pode ter sido de outro empreendedor no passado, trocar conhecimento é combustível para gerir uma crise ou criar novas oportunidades.
· Planejamento é a alma do negócio: pode parecer chato, burocrático e pouco prático, mas o planejamento norteia o crescimento e as decisões da empresa. Abrir mão dessa ferramenta é assumir o risco de que tudo pode dar errado. Ele não é a fórmula mágica para um negócio de sucesso, mas é a bússola.
· Reinvente-se: o mercado muda em uma velocidade surpreendente e, para ter um negócio inovador, é fundamental que o empreendedor se reinvente constantemente. Invista em você, estude muito, esteja sempre em contato com seus clientes e com as tendências da sua área. Amadureça o profissional que está coberto por uma grossa camada de “empreendedor faz tudo”. Não caia na rotina e alimente diariamente sua sede de dar certo.
A realidade é que não existe fórmula mágica para ter um negócio de sucesso e cada um inventa seus caminhos, mas algumas dores são comuns a todos e juntos podemos minimizá-las. Outro fato é que sempre vão dizer que ter o próprio negócio é moleza, não ter chefe é uma maravilha e fazer o próprio horário é um sonho, mas poucos sabem que para dar certo é preciso trabalhar mais do que dormir ou curtir o happy hour com a galera do trabalho na sexta-feira à noite.
Feliz Dia do Empreendedor para quem sabe o que é abdicar de mil coisas em prol da realização de um sonho!
Thamiris Rezende — Jornalista, fundadora da HUG Comunicação Corporativa e empreendedora persistente.
Fonte https://www.administradores.com.br/noticias/carreira/papo-de-empreendedor-5-conselhos-de-um-para-o-outro/121736/

quinta-feira, 5 de outubro de 2017

Como calcular o valor das startups

Como princípio deveríamos calcular o valor das startups da mesma forma como calculamos o valor das empresas maduras. Contudo, a valoração é mais difícil pela maior incerteza com relação ao seu futuro


Há risco de startups não conseguirem iniciar suas operações ou de não se desenvolverem. Seus modelos de negócios podem ser copiados ou mesmo não atraírem pessoas e clientes. As incertezas são diversas e tendem a estar associadas a mudanças de mercado ou mesmo à reação de concorrentes.

Apesar de usarmos matemática para calcularmos o valor das companhias, grande parte do processo esta relacionado à imaginação. Calculamos o valor das companhias imaginando como será o seu futuro em termos de geração de caixa.

Quando possuímos um histórico ou um comparativo é mais fácil para imaginarmos o que pode acontecer. Porém, valuation (avaliação de empresas) é baseada em uma percepção de futuro, ou seja, não se pode afirmar o que efetivamente vai acontecer.
Sendo assim, como há risco daquilo que imaginarmos para o futuro não acontecer, não há como afirmarmos com certeza quanto uma empresa realmente vale.

Um dos maiores mitos em relação à valuation é o de que há um valor justo para as empresas.

Valor justo não existe, é uma ilusão pois valuation não é uma ferramenta de precisão. O que calculamos é um valor baseado em nossas próprias percepções de futuro em relação à companhia.

Como percepção é algo muito particular, cada um pode perceber um valor diferente e propor um preço que muitas vezes não atende o valor que imaginamos.

Mas para que serve valuation? Geralmente as pessoas acreditam que seu objetivo é exclusivamente o de calcular o valor. O real objetivo deveria ser o de calcularmos um intervalo de valor que estaríamos dispostos a negociar nossa companhia. Utilizamos esta ferramenta geralmente quando queremos captar dinheiro de investidores ou mesmo quando queremos vender nossos ativos.

Companhias valem pela sua capacidade de gerar caixa e não pelo valor do seu patrimônio. Basicamente queremos saber quanto uma empresa vale hoje baseado em como se desenvolverá no futuro. Quanto maior for o seu potencial de geração de caixa e menor os riscos envolvidos, maior é o seu valor.

O valor muda com frequência, seja a cada evolução operacional, mudança de mercado ou pelo lançamento de um novo projeto, mesmo que este seja apenas uma ideia.

Quanto maior o crescimento percebido, maior o valor das companhias. Quem cresce mais, vale mais. Geralmente o crescimento está relacionado à capacidade das companhias de se diferenciarem e de manterem seu nível de competitividade.

Os métodos para avaliação de empresas geralmente utilizam conceitos de matemática, contabilidade e finanças, o que nos faz inferir que são totalmente quantitativos e que bastam apenas números para calcularmos os valores. Entretanto, este é mais um mito sobre valuation, pois apesar de a maioria dos modelos serem quantitativos, a decisão de investimentos pode ser em grande parte qualitativa e principalmente relacionada aos riscos envolvidos no seu desenvolvimento.

Investidores costumam dizer que avaliar companhias em estágio inicial é parte ciência e parte arte. A arte de calcularmos o valor das empresas está em como determinamos as premissas que usaremos nos modelos matemáticos, sendo que estas premissas podem ser quantitativas, qualitativas e até subjetivas. Evidentemente que todas devem se refletir em números. Contudo, como explicar as premissas de forma realista é das questões mais importantes e fator crítico para a qualidade do valuation.

Há diversos modelos de avaliação, quantitativos e qualitativos, contudo nenhum deles é perfeito para avaliarmos companhias startup, assim, eles podem ser complementares na análise. Para se avaliar empresas startup, a combinação de modelos pode trazer importante visão, não somente de valor, mas principalmente dos riscos.

O modelo do fluxo de caixa descontado é dos modelos quantitativos mais utilizados e eficazes para a avaliação de empresas. Consiste em calcular o valor presente de um fluxo de caixa projetado de uma companhia, considerando todo o seu potencial de crescimento. Baixe aqui uma ferramenta exclusiva para fazer o cálculo do valuation a partir do fluxo de caixa descontado.

O processo de análise começa com a formação de uma história que descreve como a companhia se desenvolverá. Para isso, é importante uma visão sobre o que esta companhia já realizou e como ela está inserida dentro de sua arena competitiva. A história deve conter um cenário de desenvolvimento que considera seus principais direcionadores de valor, ou seja, quais os aspectos e premissas mais importantes que vão determinar o seu desenvolvimento ao longo dos anos.

Com o cenário de desenvolvimento desenhado, monta-se uma projeção de resultados e de fluxos de caixa futuros da companhia que será descontado por uma taxa que represente o seu custo do capital. Esta taxa de desconto reflete o custo que os investidores e financiadores cobrarão da companhia em função do seu risco. Companhias menos arriscadas requerem menores taxas de desconto.

Há diversos desafios a serem superados para uma boa avaliação de empresas startup. Conseguir informações confiáveis e estimar taxa de crescimento, tamanho de mercado, taxa de desconto e a margem operacional, são alguns dos desafios a se superar, o que pode inclusive determinar a qualidade da avaliação.

Muitos acham que o valor das startups não está principalmente associado aos seus resultados, mas à sua capacidade de crescer aceleradamente. Cuidado. Sem resultados no curto prazo, dificilmente as empresas conseguirão atingir a maturidade.

Começar uma companhia num setor de alto potencial é importantíssimo para atrair investidores, porém não se iluda somente com o enorme valor que as projeções podem apresentar. 

Procure justificar como a empresa executará seu plano de negócios para realmente conseguir criar todo o valor que a avaliação apresentou. Lembre-se: a arte de avaliar bem as companhias está no potencial de imaginarmos o seu futuro, mas é imprescindível que nossa imaginação também preveja uma argumentação consistente, especialmente em relação às premissas utilizadas.

Artigo de Ricardo Mollo, CEO da Brain Business School, publicado originialmente na página da Endeavor
Fonte https://www.administradores.com.br/artigos/empreendedorismo/como-calcular-o-valor-das-startups/107177/

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